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Mãe afirma que Tatiana Medeiros entrou na prisão com tablet e confessa ter levado celular depois

De acordo com o termo de declaração, a empresária afirmou que a decisão de levar o celular foi motivada por preocupações com a saúde mental da filha.

23/05/2025 às 17h23

23/05/2025 às 18h31

A empresária Maria Odélia de Aguiar Medeiros, mãe da vereadora Tatiana Medeiros, itiu em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar do Piauí que foi ela quem levou um celular iPhone para a sala de Estado Maior, onde a filha se encontrava presa no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar.

A mesma confirmou, em entrevista exclusiva ao programa Alô Piauí, do Sistema O Dia nesta sexta-feira (23), que a parlamentar já havia entrado com o tablet quando foi presa, em abril. O aparelho era utilizado pela parlamentar para ouvir orações.

Já o celular foi levado posteriormente e serviria para comunicação entre as duas, devido às crises de ansiedade de Tatiana.

A parlamentar está sob custódia, investigada por suspeitas de crimes eleitorais, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e ligação com uma facção criminosa.

Maria Odélia de Aguiar Medeiros, mãe da vereadora Tatiana Medeiros - (Jailson Soares/ODIA) Jailson Soares/ODIA
Maria Odélia de Aguiar Medeiros, mãe da vereadora Tatiana Medeiros

“A Tatiana, já entrou com o tablet. Esse tablet não tinha internet, era só para ela ouvir as orações, ouvir os cânticos, essas coisas. Entrou no dia que ela foi presa, já junto com ela. Porque não tinha nada, só era para ouvir, ouvir as orações e as músicas”, declarou a mãe da vereadora

Sobre o celular, a mãe da vereadora, que voltou para o quartel do QCG na manhã de hoje, disse que entregou o aparelho por estar desesperada, devido a Tatiana Medeiros estar tendo crises de ansiedade, e que o equipamento servia apenas para comunicação entre as duas.

“Eu, pelo meu desespero de mãe, deixei o celular. Fui eu que deixei com ela, para podê-la me ligar. Eu ligava pra saber como é que ela tava, porque meu medo maior era dela morrer lá dentro. E não tem como socorrer ela. Foi isso. Não foi ninguém. Não foi advogado, não foi polícia, foi eu mesma no meu desespero”, explicou.

Mãe de vereadora ite ter entregue celular à filha presa no Quartel da PM no Piauí - (Jailson Soares / O Dia) Jailson Soares / O Dia
Mãe de vereadora ite ter entregue celular à filha presa no Quartel da PM no Piauí

O telefone celular, segundo Maria Odélia, tinha o objetivo de garantir que a vereadora pudesse pedir ajuda em caso de emergência.

A informação contraria a versão inicialmente apresentada por Tatiana Medeiros, que teria alegado que os dispositivos eletrônicos foram entregues por seu advogado.

Os dispositivos foram localizados durante uma vistoria feita no último dia 20 de maio. No dia seguinte Tatiana foi encontrada desacordada após suposta ingestão excessiva de medicamentos anti-hipertensivos e precisou ser levada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e, posteriormente, ao Hospital da Polícia Militar. Ela recebeu alta médica hoje e retornou à cela no QCG.

Instauração de processo istrativo

A Corregedoria da PM instaurou um processo istrativo para apurar o episódio, enquanto a Polícia Federal segue investigando o caso. Tatiana Medeiros, seu namorado Alandilson Cardoso (preso em Minas Gerais) e seu padrasto Stênio Santos foram indiciados.

A investigação aponta que Santos teria atuado como intermediário em um suposto esquema de compra de votos e lavagem de dinheiro vinculado ao Instituto Vamos Juntos, fundado pela parlamentar.

Documentos apreendidos pela PF incluem listas de eleitores, registros de pagamentos realizados via Pix, e um relatório nomeado “Relatório Votos Válidos”. A Justiça determinou a suspensão das atividades da ONG.

A Polícia Federal continua apurando o caso e o envolvimento de familiares e aliados políticos no suposto esquema.

Entenda o caso

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi indiciada pela Polícia Federal por cinco crimes no bojo do inquérito da Operação Escudo Eleitoral. Entre eles está uma acusação por peculato e “rachadinha”, ou seja, desvio de salário de assessor com envio de parte da remuneração para o parlamentar ou secretário a partir de um acordo pré-estabelecido como exigência para a função.

A Operação Escudo Eleitoral apura uso de recursos ilícitos para financiamento de campanhas eleitorais em Teresina, bem como o envolvimento de membros do Legislativo da Capital com facções criminosas. Tatiana está presa desde o dia 03 de abril e se encontra afastada de seu mandato na Câmara.


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