O prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), afirmou nesta semana que a crise do transporte público da capital piauiense exige “paciência, cautela e realismo” para que soluções duradouras possam ser implantadas. Ao portalodia.informativomineiro.com, o gestor criticou abordagens populistas e cobrou compreensão da população diante da complexidade do problema, que atinge não apenas a capital piauiense, mas diversas regiões urbanas do Brasil e do mundo.
Silvio Mendes confirmou que é possível rever o contrato do consórcio responsável pelo serviço de transporte coletivo da capital, mas ponderou que a discussão deve ser feita com responsabilidade.

“É possível [rever o contrato do consórcio]. O transporte público ele serve para muita coisa. Primeiro, ele serve para transportar quem mais precisa e segundo para fazer política ou politicagem. O transporte público é caro. Ele vai ter que servir a população mais pobre, a população que não comprou uma moto, um carro, mas ele é complexo. Então tenha calma, pelo amor de Deus. Vamos fazer o certo, não vamos ficar errando”, disse o gestor.
Para Silvio Mendes, é preciso compreender que o sistema de transporte coletivo envolve fatores econômicos e sociais. O prefeito ainda demonstrou preocupação com os modelos tecnológicos ofertados atualmente como solução para o setor. Ele mencionou que, embora os ônibus elétricos representem uma inovação, não são a resposta única para o problema.
“Quem comprou e mudou a frota para ônibus elétrico começa a se arrepender e é preciso ter cautela. Eu acho que a solução tem que ser uma mistura de elétrica com o ônibus tradicional, refazer o plano diretor e, naturalmente, as soluções possíveis no momento atual”, destacou.
Outro ponto abordado por ele foi o impacto das gratuidades no sistema. Segundo ele, quase 20% dos ageiros utilizam o transporte coletivo sem pagar tarifa, em razão de leis e exceções acumuladas ao longo dos anos.
“De 100 pessoas que se deslocavam por Teresina, por exemplo, mais de 60 usavam ônibus. Isso baixou para 11%, e isso inviabiliza o financiamento do transporte coletivo. A Prefeitura não tem dinheiro para colocar para empresário, para financiar o transporte público. Infelizmente, de cada 100 pessoas que usam o transporte coletivo, quase 20 andam de graça. Por quê? Porque ao longo do tempo foram criando exceções e leis, dando privilégio a algumas pessoas. Paciência, é preciso repor e colocar um bom senso aí”, ressaltou.
Reunião com o governo federal
Em meio às declarações, Silvio Mendes anunciou nesta sexta-feira (6) a participação da Prefeitura de Teresina em uma reunião com o Ministério das Cidades e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), marcada para a próxima segunda-feira (9). O encontro reunirá representantes de 21 regiões metropolitanas brasileiras e será voltado à discussão de soluções estruturantes para o transporte urbano.
“Na próxima segunda-feira, a Prefeitura de Teresina participará de uma reunião sobre o transporte urbano, junto com outras 21 regiões metropolitanas brasileiras, com o Ministério das Cidades e o BNDES. Sabemos que esse serviço é muito ruim e estamos trabalhando para viabilizar as melhorias necessárias. Sendo realistas e sem demagogias”, afirmou o prefeito em publicação nas redes sociais.
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