O presidente da Comissão de Transporte da Câmara Municipal de Teresina, vereador Dudu (PT), sugeriu o rompimento do atual contrato das empresas que operam o sistema da transporte público de Teresina, como forma de solucionar a greve dos motoristas e cobradores de ônibus, que já chega ao 3º dia, sem previsão de encerramento. Segundo ele, a saída para resolver o ime seria romper o contrato e iniciar uma nova licitação emergencial.

O vereador argumentou que o prefeito Silvio Mendes tomou uma atitude similar quanto à coleta de lixo na capital, anunciando uma contratação emergencial de limpeza urbana por R$ 53 milhões. “Na apuração da I, nós verificamos um descumprimento de vários pontos dessa licitação que está em curso. E lá na I nós apontamos a saída: como houve descumprimento e há descumprimento sistemático, o caminho é romper o contrato, dar caducidade a esse contrato e abrir (licitação) emergencial. Porque isso é possível? Agora mesmo, o prefeito Silvio decretou um contrato emergencial com a coleta de lixo, de 53 milhões. Então isso mostra que é possível também da mesma forma fazer com transporte público", disse o presidente da Comissão de Transporte da Câmara Municipal.
O vereador argumentou ainda que a falta de uma resolução do problema tem facilitado o cometimento de ilegalidades no município. "Até porque tá se dando legalidade para a ilegalidade. Quem é que tá salvando o transporte público hoje? Quem tá fazendo hoje o transporte público são os ligeirinhos, são os alternativos. Agora, se você não fizer isso, vamos continuar com esse problema que se arrasta por gestões. E é uma licitação que pode ser prorrogada por mais 15 anos”, ponderou.
Porém, em entrevista ao programa Comando Geral, da FM O Dia e O Dia TV, o gerente de fiscalização da STRANS, Francisco Daniel, disse que romper o contrato não é uma medida tão fácil assim como sugere o vereador.

"Será que é a solução. Na quebra de contrato, o quanto vai se pagar? O quanto vai sair da Prefeitura? Então, há todos esses detalhes. A parte jurídica da Prefeitura com toda certeza está verificando direito o contrato. O que a gente pode fazer é apaziguar os dois lados e possam entrar em consenso para terminar a greve e o teresinense comece a usar o transporte, que vai melhorar", afirmou.
SETUT repudiou declarações do vereador
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina repudia veementemente as declarações falsas e levianas do vereador Dudu. Segundo a nota, as declarações do parlamentar são "falsas e levianas" e que tem como único objetivo "amealhar ganhos demagógicos e eleitoreiros". Confira a nota na íntegra abaixo.
NOTA À IMPRENSA
O SETUT – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina – repudia veementemente as declarações falsas e levianas do vereador Dudu, que, mais uma vez, tenta distorcer a realidade do sistema de transporte público municipal, com o objetivo único de amealhar ganhos demagógicos e eleitoreiros.
O vereador demonstra absoluto desconhecimento técnico sobre o funcionamento do setor e desrespeita não apenas as empresas operadoras, mas também instituições sérias como a Strans, a Prefeitura de Teresina, o próprio SETUT e, principalmente, o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), que auditou todo o sistema e atestou a realidade financeira enfrentada.
Ao disseminar informações inverídicas, o vereador invalida o amplo trabalho técnico realizado pelo TCE, colocando sob suspeição o órgão de controle e demonstrando profundo desrespeito à população de Teresina, na medida em que deixa claro seu objetivo de fomentar o caos, e não, como caberia à sua função pública, contribuir com soluções efetivas para a melhoria do transporte coletivo.
O SETUT reafirma seu compromisso com a transparência, o diálogo e a responsabilidade na prestação do serviço público, lamentando profundamente que temas tão relevantes sejam tratados de forma oportunista e meramente politiqueira.
Categoria vai apresentar hoje (14) nova proposta ao TRT-PI
Durante o encontro, os trabalhadores definiram uma proposta de reajuste salarial de 12%, além de R$ 800 de ticket alimentação e R$ 130 de auxílio-saúde. A proposta será formalmente apresentada nesta quarta-feira (14) à desembargadora Liana Ferraz, do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI), responsável por mediar o conflito entre os trabalhadores e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de ageiros de Teresina (Setut).

“Eles disseram que a proposta inicial [de 50%] é irreal, que foge da realidade. Mas o que propomos está dentro do que é possível. A cidade está com a frota desgastada, nossos salários estão entre os mais baixos das capitais do país. Mesmo assim, estamos agindo com consciência”, afirmou Antônio Cardoso, presidente do Sintetro-PI (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários).
Segundo Cardoso, a greve pode ser suspensa temporariamente se houver interesse das empresas em negociar com base na proposta apresentada pela categoria. “Se o Setut e a Strans se mostrarem abertos ao diálogo, podemos suspender a greve enquanto as negociações avançam. Mas, por enquanto, a paralisação continua”, declarou Cardoso.
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