A Polícia Federal investiga as ligações telefônicas que a vereadora Tatiana Medeiros teria feito de dentro da Sala Maior do Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar. Segundo as investigações da PF, que vieram a público nesta quinta-feira (5), enquanto presa, a vereadora teria feito chamadas de vídeo para o namorado Alandilson Cardoso, que também está preso em Belo Horizonte, Minas Gerais.
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Prints divulgados pela Polícia Federal comprovam a realização de pelo menos três chamadas de vídeo entre Tatiana e Alandilson. A PF agora tenta descobrir o teor das conversas entre os dois. Porém, o o ilegal a aparelhos eletrônicos por Tatiana durante a reclusão não é novidade. Em maio, um tablet e um celular foram encontrados na sala onde a parlamentar se encontrava, após uma vistoria da PM.
Dias depois a mãe de Tatiana, a empresária Maria Odélia de Aguiar Medeiros, itiu em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar do Piauí que foi ela quem levou um celular iPhone para a sala de Estado Maior, onde a filha se encontrava presa no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar. Maria Odélia confirmou, em entrevista exclusiva ao programa Alô Piauí, do Sistema O Dia que a parlamentar já havia entrado com o tablet quando foi presa, em abril. Segundo ela, o aparelho seria utilizado pela parlamentar para ouvir orações. Já o celular foi levado posteriormente e serviria para comunicação entre as duas, devido às crises de ansiedade de Tatiana.
Além das ligações telefônicas, a investigação da PF apurou que Tatiana teria feito com o celular simulações de compra de agens aéreas (apenas de ida) para uma pessoa adulta, com saída no dia 27 de maio do Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para o Aeroporto de Teresina. Com a simulação, pelo menos três opções de compras, com valores diferentes, foram apresentadas à parlamentar. Porém, não foi efetuada uma compra.

A Polícia Federal também encontrou no aparelho eletrônico pertencente à vereadora uma compra realizada pela internet, datada em 13 de abril deste ano, às 19h42, no valor de R$ 549,50. A compra seria entregue por meio de delivery. Porém, não fica claro em qual local seria entregue.

Segundo a PF, o aparelho celular de Tatiana deveria ter sido entregue a um advogado após sua prisão, procedimento considerado de praxe. Porém, a investigação aponta as ligações telefônicas, simulações de compras e compras realizadas por Tatiana entre abril e maio, durante a prisão.
O órgão informou, por meio de nota, que a "respectiva informação de polícia judiciária já foi devidamente protocolada no processo judicial eletrônico que trata do caso, nos termos da legislação vigente". Além disso, "em cumprimento à decisão judicial de compartilhamento de provas, o material também será encaminhado à Polícia Militar, com a finalidade de subsidiar o procedimento instaurado no âmbito daquela corporação".
Vereadora afastada está em prisão domiciliar
Desde o último dia 3 de junho, a Justiça Eleitoral concedeu a prisão domiciliar à vereadora, presa preventivamente desde abril deste ano no âmbito de investigação por supostos crimes eleitorais e financeiros. A decisão foi proferida pela juíza Júnia Feitosa, que assumiu o caso após o afastamento da magistrada Gláucia Mendes de Macêdo, por foro íntimo.

A conversão da prisão foi fundamentada em laudos médicos apresentados pela defesa, que indicam quadro psiquiátrico grave com risco de suicídio, condição que, segundo a juíza, não está sendo devidamente assistida na unidade de custódia. Relatórios encaminhados pela Polícia Militar confirmaram a falta de estrutura para atender às necessidades clínicas da custodiada.
Tatiana estava custodiada na sala de Estado Maior do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, desde a deflagração da operação da Polícia Federal que apura o envolvimento de agentes políticos em esquema de compra de votos, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e participação em organização criminosa.
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