A Polícia Militar cumpriu na manhã desta terça-feira (27) uma ordem de desocupação de terreno dentro da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Desde fevereiro deste ano, famílias têm ocupado de forma irregular uma área localizada no o à UFPI, na avenida Arimateia Santos, na zona Leste de Teresina. A área fica próxima da rotatória da universidade, foi desmatada e no local, tinham muitas construções de barracas e casas. Equipes da PM estiveram no local desde as primeiras horas da manhã para cumprir a ordem de desocupação e algumas famílias já foram retiradas do local.

Joelma Abreu / O DIA

Famílias protestam contra ação de desocupação de terreno na UFPI

A ordem judicial foi expedida pela 5ª vara da Comarca de Teresina. O Coronel Jamson Lima foi um dos responsáveis pela ação da Polícia Militar. “Estamos aqui há mais de 40 dias. A PM oficializou outros órgãos, como o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Conselho Tutelar em relação às crianças e situação de vulnerabilidade. Temos todo o compromisso e cuidado com as vidas que estão aqui, mas é uma ordem judicial que foi dada. E a gente não consegue discutir o mérito dela nesse momento”, afirmou o Coronel.

Ainda segundo o comandante da ação, equipes da PM estarão até o fim do dia no cumprimento da ordem judicial. A Polícia Militar garantiu que todos os ocupantes do terreno que tenham algum patrimônio no local poderão recolher os bens pessoais antes da demolição dos imóveis construídos no local.

Kleber César é técnico em Manutenção de Extintor de Incêndios e tinha construído um barraco no local. Ele reconhece que o cumprimento da ordem judicial é algo amparado e garantido por lei, mas afirma que, antes da ocupação, o terreno estava abandonado e não era cuidado pelos donos. "“Eu peço que as autoridades venham conhecer, venham olhar o que a gente está ando nesse exato momento. Porque nós estamos com mais de três meses aqui dentro dessa ocupação, e depois de dois meses é que vem aparecer documento, que a gente não sabe nem se é verdadeiro. Porque como é que uma pessoa tem uma área de mais de mil metros e não produz, não cerca e diz que é ocupada", questiona o morador.

Famílias fazem manifestação após ordem de desocupação de terreno

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No entanto, Tiago Oliveira, o representante dos donos do terreno, desmente a afirmação dos moradores de que a área estava abandonado. E se ampara na documentação para garantir que a ordem de reintegração de posse está dentro da lei. “Aqui nós estamos cumprindo uma reintegração de posse, já com a ordem judicial deferida pela justiça. Uma área é do estado do Piauí e a outra área é particular. O particular possui toda a documentação, o registro de imóvel, tem matrícula. Toda a documentação é essa que foi apresentada judicialmente, tanto é que a ordem judicial foi deferida para que fosse cumprida essa reintegração de posse”, diz Tiago Oliveira.

O representante afirma que a parte proprietária do terreno já havia buscado um entendimento com os moradores, porém sem sucesso. “Desde o começo, quando começaram as primeiras invasões, os primeiros barracos, os primeiros indícios dessa invasão na posse, foram adotadas as medidas junto à autoridade policial, foi feito o registro e o boletim de ocorrência e logo após isso foi feito o relatório fotográfico, tentamos pacificamente conversar com o pessoal que estava à frente dessa invasão, mas foi infrutífera. Em razão disso nós tomamos a medida judicial como a mais adequada e solicitamos judicialmente essa reintegração de posse”, finalizou. 

Reportagem da O Dia TV mostrou a ocupação do terreno próximo à UFPI