O Conselho Tutelar de Teresina confirmou que a bebê de 1 ano, vítima de estupro de vulnerável ocorrido no bairro Morada Nova, foi encaminhada para um abrigo e, atualmente, está sob a guarda do Estado.

Segundo o conselheiro tutelar Melquisedeque Fernandes, o Conselho foi oficialmente notificado nesta sexta-feira (2). A partir de agora, a guarda da criança dependerá da manifestação formal de algum familiar interessado. Ainda de acordo com Fernandes, o pai inicialmente teria alegado não ter condições de cuidar da filha.
“O Conselho irá realizar o acompanhamento da criança, e o caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA)”, afirmou o conselheiro.
Em entrevista ao O DIA, o pai da criança negou que tenha desistido da guarda da filha. Ele afirma que sua ausência no processo se deu por questões de saúde e dificuldades estruturais familiares, e não por negligência ou falta de interesse. Segundo ele, após sofrer um acidente e romper com a companheira (mãe da criança), voltou a morar com os pais, em uma casa com vários familiares. Essa condição, segundo ele, impediu que assumisse a guarda de imediato.
“São muitas pessoas na casa dos meus pais. Eu teria que conversar com eles, e naquele momento não dava. Mas eles conversaram comigo e disseram que amam muito a minha filha, que é neta deles, e estão dispostos a ficar com ela”, afirmou.
Ainda segundo o pai, os avós paternos chegaram a procurar o Conselho Tutelar durante o feriado na quinta-feira (1º), mas enfrentaram dificuldades para falar com uma assistente social e sequer conseguiram visitar a criança. “Falei que não era possível ficar com ela naquele momento, não porque eu não quero, mas porque não depende só de mim. Eu trabalho o dia inteiro, chego às seis da noite. Mas meus pais estão dispostos e querem a guarda da minha filha.”
O caso agora deve ser acompanhado pelos órgãos competentes, que avaliarão a situação familiar e a possibilidade de a guarda ser transferida para os avós paternos. A prioridade, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é garantir o convívio familiar e o melhor interesse da criança.
Entenda o caso
Conforme informações divulgadas pelo próprio pai da vitima, o caso aconteceu na última quarta-feira (30) e a mãe da criança teria flagrado o crime de estupro. O suspeito foi preso em flagrante e o caso registrado formalmente junto à Polícia Civil, que está investigando o ocorrido. A criança foi levada pela mãe e a polícia ao SAMVIS (Serviço de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência), onde ou por exames que constaram que houve o abuso sexual.
O suspeito trata-se de uma pessoa próxima à família e que era considerado um "primo da mãe", de 21 anos. De acordo com o relato do pai, eles confiavam no suspeito, que teria sido criado junto com o pai da mãe da vitima e, por isso, existia uma relação de parentesco.
“A relação que o suspeito tem com a mãe da minha filha é que ele foi criado como se fosse tio dela, porque cresceu junto com o pai da mãe da minha filha. Por isso, ela o chamava de tio. Mas como eles têm a mesma idade, sempre se consideraram mais como primos. Achávamos que ele fosse uma pessoa boa, sorridente e alegre. A gente não imaginava que ele era um monstro. A gente confiava nele”.
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