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Azul pede recuperação judicial nos Estados Unidos; entenda

Entre as três principais companhias que operam no Brasil, a Azul era a única que ainda não tinha recorrido ao Chapter 11.

28/05/2025 às 08h50

28/05/2025 às 08h50

A Azul informou nesta quarta-feira (28), que protocolou o pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial, na Justiça dos Estados Unidos. A notícia já era aguardada pelo mercado diante das dificuldades recentes da companhia para levantar capital e renegociar dívidas.

Azul pede recuperação judicial nos Estados Unidos; entenda - (Divulgação/CCOM) Divulgação/CCOM
Azul pede recuperação judicial nos Estados Unidos; entenda

 A Azul está com uma dívida bruta de cerca de R$ 34,6 bilhões, o que cresceu 42% em um ano. Por isso, entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. Esse processo permite que empresas em crise financeira continuem funcionando normalmente enquanto renegociam suas dívidas e tentam se reestruturar.

A aérea destaca que garantiu um financiamento DIP de aproximadamente US$ 1,6 bilhão de parceiros financeiros após celebrar "acordos de Apoio à reestruturação" com seus principais stakeholders. Isso inclui detentores de títulos da companhia, sua maior arrendadora, a AerCap - que representa a maior parte das obrigações da companhia com leasing -, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.

"Esses acordos marcam um o significativo na transformação do nosso negócio, pois nos permitirá emergir como líderes do setor nos principais aspectos da nossa atividade", afirma o CEO da Azul, John Rodgerson.

Ao final do processo, está prevista a amortização do DIP com os recursos de uma oferta de subscrição de ações de até US$ 650 milhões, com garantia firme dos referidos investidores, além de um possível investimento adicional de até US$ 300 milhões por parte da United Airlines e American Airlines, sujeito a determinadas condições.

A Azul informou ainda a descontinuição de todas os guidances (projeções) para 2025 diante do início do Chapter 11.

Histórico

Entre as três principais companhias que operam no Brasil, a Azul era a única que ainda não tinha recorrido ao Chapter 11. A Latam entrou no processo durante a pandemia e encerrou a recuperação judicial em 2022. Já a Gol entrou com o pedido no início de 2024 e deve sair do processo em junho.

Conforme mostrou o Broadcast, o Chapter 11 voltou a ser uma possibilidade para a Azul após a piora da situação financeira da companhia. No balanço do primeiro trimestre, o indicador de alavancagem da empresa subiu para 5,2 vezes, de 4,9 vezes no final de 2024 e bem acima do que estava há um ano, em 3,7 vezes. A dívida bruta da companhia aérea encerrou março em R$ 34,6 bilhões, crescimento de 42% em 12 meses.

A Azul buscou várias formas nos últimos meses para tentar evitar essa medida e tem a intenção de fazer uma nova oferta de ações (follow-on). Mas a avaliação é que só vai conseguir fazer quando o operacional da empresa melhorar. Em um follow-on feito em abril para a troca obrigatória de dívida em dólar por ações da companhia, do lote extra reservado ao mercado, de R$ 1,6 bilhão, só R$ 48 milhões foram colocados.

Enquanto isso, o cenário põe em xeque a potencial fusão entre Azul e Gol. A previsão era que as negociações, em andamento desde janeiro deste ano, andassem após o fim do Chapter 11 da Gol. Contudo, a expectativa é que os esforços da Azul se concentrem agora no processo de recuperação financeira.


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Com informações de Estadão Conteúdo