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Gravidez pode ter levado padrasto a matar adolescente no Piauí

A família tomou conhecimento da gravidez dias antes da menor ser morta, o que teria provocado um conflito familiar. Ainda assim, não está claro por que a notícia da gestação teria afetado o padrasto a ponto de motivar o crime.

02/06/2025 às 10h30

Pouco mais de dois meses após a morte de Maria Victória Rodrigues dos Santos, de 15 anos, a adolescente que estava grávida de seis meses e que foi encontrada morta em Itaueira, o caso ainda segue em investigação e com diversos pontos a serem esclarecidos. Em entrevista ao Portal O Dia nesta segunda-feira (2), o delegado João Enio Coimbra, afirmou que as investigações ainda não identificaram a motivação do crime, mesmo após a prisão temporária do padrasto, identificado como R.S.G..

Porém, o delegado antecipou que a descoberta da gravidez da adolescente por parte da família - dias antes do crime - pode ter correlação com a morte da adolescente.

Gravidez pode ter levado padrasto a matar adolescente no Piauí - (Reprodução) Reprodução
Gravidez pode ter levado padrasto a matar adolescente no Piauí

“Então quanto à motivação, eu não vou poder precisar agora porque, primeiramente, ele não confessa. Ele continua com a versão de que não estava lá, que estava na casa dos pais. Então, ele continua dizendo que não foi ele que cometeu”, explica o delegado.

O que eu posso dizer é que a gravidez da vítima – ela estava com aproximadamente seis meses de gestação, só que a família só veio tomar conhecimento dias antes do cometimento do crime -, isso aí, a gravidez foi algo que causou um conflito na família. Só que a gente quer entender o porquê; porque ele cometeu isso. Só que (a investigação) ficou prejudicada, porque ele não ite a prática do crime

João Enio CoimbraDelegado

A Polícia Civil vai ouvir nos próximos dias outras pessoas próximas a Maria Victória, para saber se a vítima confidenciou algo a alguém, como alguma ameaça por parte do padrasto, algum outro tipo de relacionamento entre os dois além de padrasto/enteada ou se o suspeito possuía algum tipo de ciúme em relação ao namoro que a vítima tinha com o namorado.

A Polícia Civil também aguarda respostas de um laudo da Polícia Científica, que recolheu materiais da vítima, como forma de contribuir com as investigações. Enquanto isso, o padrasto R.S.G. segue preso temporariamente. O prazo legal para a conclusão das investigações é 30 dias após o a prisão temporária do padrasto. O delegado disse ainda que poderá solicitar a prisão preventiva do suspeito, mas isso dependerá do curso das investigações.

Relembre o caso

crime ocorreu em 24 de março deste ano, a adolescente foi encontrada morta dentro de casa pela mãe. A mãe da adolescente havia saído de casa e retornou por volta das 20h. Ao chegar, percebeu que a porta da residência estava aberta. Inicialmente, imaginou que a filha estivesse com o padrasto. Após tentar contato por telefone e não obter resposta, ou a procurar por Maria Victória nos cômodos da casa. Ao entrar no próprio quarto, encontrou a filha caída no chão, ensanguentada e já sem sinais vitais.

A adolescente, que estava grávida de cinco meses, apresentava perfurações no tórax, inchaço no rosto e no pescoço, além de hematomas no braço. Familiares relataram ter encontrado uma faca na residência no dia do crime, mas o objeto desapareceu. 

Inicialmente, o ex-namorado da vítima, pai do bebê que ela esperava, foi considerado o principal suspeito. Entretanto, após avanço das investigações, a Polícia Civil descartou seu envolvimento direto no caso.

Com o objetivo de reunir mais provas que ajudassem a esclarecer a autoria do homicídio, o corpo de Maria Victória foi exumado no dia 10 de abril, permitindo a realização de exames biológicos complementares.

Segundo caso de adolescente grávida morta em um intervalo de três semanas no Piauí

O caso de Maria Victória Rodrigues dos Santos foi o segundo caso de adolescente grávida encontrada morta no interior do Piauí em menos de três semanas. A jovem Laurinda Maria Fortaleza Delfino, de 15 anos, foi morta por estrangulamento na Serra do Jatobá, zona Rural de Pio IX, Sul do Estado. De acordo com a polícia, ela teria ameaçado expor um relacionamento extraconjugal que mantinha com o principal suspeito do crime, um homem identificado pelas iniciais K.F.S, de 18 anos.

Um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica por estrangulamento. O caso se enquadra no crime de feminicídio e chocou a pequena cidade do interior do Piauí. 


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