Os carros de luxo do senador Fernando Collor, que chamaram atenção quando foram apreendidos e levados da “Casa da Dinda”, sítio do ex-presidente, foram pagos em parte com recursos com indícios de propina. O dinheiro está associado a reos do doleiro Alberto Youssef, segundo laudo da Polícia Federal.
Lamborghini Aventador, avaliado em R$ 3,2 milhões, pago com dinheiro de propina (Foto: Pedro Ladeira/FolhaPress)
A peça faz parte do professo contra Fernando Collor que está no Supremo Tribunal Federal, onde ele é acusado de ter recebido R$ 26 milhões em suborno em cinco anos, em negócios relacionados à BR Distribuidora.
Os quatro carros citados são um Lamborghini Aventador (R$ 3,2 milhões),uma Ferrari 458 (R$ 1,45 milhão), um Bentley Flying (R$ 975 mil) e um Range Rover (R$ 570 mil). A coleção custou cerca de R$ 6,2 milhões.
A PF chegou à conclusão de que os carros foram pagos parcialmente com recursos de suborno depois de quebrar o sigilo e analisar 110 mil operações bancárias em 11 contas do senador, de sua mulher e de empresas dele, como a TV Gazeta de Alagoas.
Ferrari 458, avaliada em R$ 1,45 milhão deixa a residência do senador (Foto: Pedro Ladeira/FolhaPress)
O principal indício de que os carros foram pagos com rees de propina é a forma como o dinheiro chegou às contas de Collor ou de suas empresas. Foram feitos depósitos em dinheiro vivo, fracionados em baixos valores para evitar que os órgãos do governo apontassem problemas. O fracionamento e a repetição dos valores são indicadores de lavagem de dinheiro.
Foram 469 depósitos no valor de R$ 2 mil nas
contas controladas por Collor, que renderam R$ 938 mil. Todos os depósitos
foram feitos em um caixa eletrônico de uma agência do banco Itaú em
Brasília, a mesma que aparece nos comprovantes apreendidos com Alberto Youssef.
Senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL), suspeito de receber R$ 20 milhões da UTC (Foto: Pedro Ladeira/FolhaPress)
Fonte: Folha de São Paulo