O secretário municipal de Planejamento, Marco Antônio Ayres, disse em entrevista ao O Dia que a Prefeitura de Teresina paga mensalmente cerca de R$ 32 milhões somente com as parcelas de empréstimos financeiros. O fato levantou um alerta quanto ao valor exorbitante com a quitação de dívidas apenas em razão de empréstimos contraídos pela istração pública teresinense.

Joédson Alves/Agência Brasil

Pagamentos de empréstimos consomem R$ 32 milhões mensais da Prefeitura de Teresina, diz secretário

Para minimizar os efeitos do alto valor pago mensalmente apenas com as parcelas de empréstimos, uma comitiva da Prefeitura de Teresina esteve em Brasília (DF) nos últimos dias para reavaliar os empréstimos contratados pela istração municipal. Na ocasião, uma reunião com diretores da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil teve por objetivo a modificação das condições de juros para a quitação dos atuais empréstimos contraídos.

“Quando nossa equipe de governo deixou Teresina, em 2020, perdemos a capacidade de endividamento da prefeitura. Deixaram a prefeitura sem capacidade de endividamento. Por conta disso, esses juros altíssimos que a prefeitura tomou, esses os dois últimos empréstimos foram com juros altíssimos, de até 165% do CDI, e a gente foi lá questionar esse quantitativo muito alto dos juros e pleiteamos para que baixassem e oxigenar um pouco”, disse o gestor.

Entre as medidas, a prefeitura solicitou que a carência quanto ao pagamento das dívidas pudesse ser prolongada por mais um período de tempo, a fim de auxiliar no controle das contas públicas e juros melhores para quitação dos débitos. Segundo Marco Antônio Ayres, houve uma sinalização favorável quanto ao assunto, mas apenas uma nova reavaliação de capacidade financeira irá dar novos horizontes acerca da situação das finanças municipais. O novo prazo para reavaliação é de 15 dias.

“Eles já sinalizaram que, com as medidas que temos tomado, embora o capar só seja avaliado ano a ano, eles farão uma avaliação provisória para ver se dão alívio nesse juros e a carência aumenta, para que tenhamos condição de fazer investimentos em outras áreas. Eles pediram um prazo de 15 dias, estamos ainda dentro do prazo, para que possam retornar as tratativas. Eles, inclusive, estão pedindo dados para que possam fazer uma avaliação antecipada de como é que estão ainda as finanças da prefeitura”, destacou.

Grave situação financeira já era esperada

Na ocasião, o gestor municipal fez um balanço dos primeiros seis meses da gestão Sílvio Mendes (União Brasil) 3. Segundo ele, os novos gestores já previam um “caos” financeiro nas finanças do município, mas que o fato superou as expectativas da nova istração.

“A gente sabia que a prefeitura de Teresina estava com problemas financeiros e problemas istrativos. Não foi surpresa. Encontramos a situação que aí está, mas muito mais grave do que a gente pensava. Na verdade, nós temos muita conta para pagar, mas a prefeitura, com austeridade que ela está governando, a gente está governando com pulso de ferro, fazendo economia de tal sorte que a gente consiga resgatar a capacidade de endividamento da prefeitura”, concluiu.