Depois de uma paralisação no início da manhã desta sexta-feira (9), motoristas e cobradores de ônibus voltaram a suspender o serviço no final da tarde, justamente no horário de pico, deixando dezenas de ageiros sem ter como voltar para casa e provocando um congestionamento nas principais vias do Centro de Teresina.

A nova interrupção surpreendeu usuários que estavam dentro dos ônibus ou aguardando nos pontos. Na Rua Barroso, veículos do transporte coletivo ficaram parados e os ageiros precisaram descer e seguir a pé.
Dona Santa, moradora do Parque Brasil, na Zona Norte de Teresina, foi uma das afetadas pela paralisação e expressou indignação com a situação. “Como é que eu vou chegar em casa? Não sei. Os ônibus estão todos parados. Disseram que volta às seis, mas até lá já perdi muito tempo”, relatou.
A ageira também destacou a dificuldade adicional por ser cadeirante: “Preciso de ajuda para subir e descer com a cadeira. Tá difícil.”

Sem ônibus e com poucos recursos, muitos trabalhadores afirmaram não ter como pagar transporte por aplicativo e contavam apenas com o vale transporte.
O congestionamento se formou rapidamente, principalmente nas avenidas centrais, onde ônibus parados ocupavam várias faixas da pista.
A primeira paralisação do dia, pela manhã, durou cerca de duas horas e foi motivada por reivindicações da categoria. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) já havia alertado que novas suspensões poderiam ocorrer ao longo do dia caso não houvesse avanços nas negociações.
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O que reivindicam os motoristas?
Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina reivindicam três principais pontos:
- Reajuste salarial de 15%
- Aumento do valor do ticket-alimentação para R$ 900
- Criação de um auxílio-saúde no valor de R$ 150
Segundo o Sintetro, as reivindicações foram apresentadas em reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT), e o sindicato patronal (Setut) ainda deve apresentar uma contraproposta. Enquanto não há avanço nas negociações, a categoria alerta que novas paralisações podem ocorrer novamente na segunda-feira (12).
A STRANS informou ainda que participou de uma reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT) na última segunda-feira (5), onde o Sintetro apresentou as demandas da categoria. O MPT deve avaliar as propostas, e o sindicato patronal (Setut) poderá apresentar uma contraproposta. O órgão municipal reforçou que, em caso de greve, será mantido o funcionamento mínimo do serviço, conforme previsto em lei para atividades essenciais.
Já o Setut, por meio de sua representante legal, alegou que as empresas enfrentam dificuldades financeiras para atender às reivindicações, em razão da defasagem no valor do subsídio reado pela Prefeitura.
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