“Azul é seu manto, branco é seu véu”. O trecho da música “Mãezinha do Céu” talvez seja um dos mais conhecidos entre os católicos, especialmente aqueles que são devotos de Nossa Senhora. As cores branca e azul inspiram muitos fiéis que buscam alcançar suas graças, especialmente em maio, mês das mães e de homenagem à Maria, mãe de Jesus Cristo.
Devota de Nossa Senhora de Fátima, a jornalista Jéssica Sales (36) firmou o compromisso de vestir branco durante os meses de maio após receber uma graça. Sua primeira promessa foi cumprida em 2012, quando teve seu primeiro pedido atendido. À época, ela usou, ao longo dos 31 dias, apenas vestimentas brancas.

“Quando concluí minha promessa, me senti muito bem. Para algumas pessoas pode ser apenas uma roupa, mas isso envolve muita fé. As pessoas que também estão com essa missão se reconhecem, e eu fico grata por honrar minha promessa, por Nossa Senhora de Fátima, que intercedeu pela minha graça, e por abdicar de uma estética para honrar uma promessa”, disse.
Em 2023, a jornalista recorreu novamente à sua padroeira. “No dia 13 de maio se comemora o dia de Nossa Senhora de Fátima, de quem sou muito devota. À época, eu estava muito desesperada e busquei na fé esse acalento. Pedi a Nossa Senhora de Fátima que, se minha graça fosse alcançada, nos meses de maio eu usaria branco. Ainda não consegui cumprir minha promessa, mas já firmei o compromisso de honrá-la em maio de 2026”, comenta.
Segundo Jéssica, vestir branco vai além de apenas utilizar uma vestimenta: é também um compromisso com a padroeira e com a graça alcançada. “É uma penitência você ar um mês inteiro vestindo completamente branco — desde a roupa, peças íntimas até os calçados. Cumprir com esse compromisso exige uma preparação, inclusive financeira, já que são pelo menos três peças de roupa por dia. Neste ano, não me senti preparada psicologicamente para honrar esse compromisso, mas já conversei com Deus que, quando eu estiver bem, vou cumprir minha promessa”, complementa.

Assim como há pessoas que vestem o marrom de São Francisco de Assis, no mês de outubro, e quem veste o preto de Santa Rita de Cássia, em maio, há aqueles que vestem o branco por conta de Nossa Senhora de Fátima, e o branco e azul de Nossa Senhora de Lourdes. O padre Amadeu Matias Bernardes, vigário-geral da Arquidiocese de Teresina e pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, explica sobre essa tradição dos católicos em utilizar branco e azul no mês de maio.
No catolicismo, temos as promessas. Nessa religiosidade, as pessoas prometem alguma coisa para Deus, querendo receber algo ou agradecer algo recebido. As pessoas vestem essas roupas ou por gratidão, ou por súplica, querendo ter uma identificação com a roupa de Nossa Senhora. Porém, é importante se identificar também com as virtudes, com a bondade e com a fé de Nossa Senhora, e isso é algo longo. Vestir a roupa é apenas um sinal, que está na superfície
O pároco explica ainda que cada indivíduo pode estipular um prazo para honrar seu compromisso, conforme sua promessa e fé. Ele ressalta, entretanto, que o compromisso com Deus ou com algum santo não deve estar condicionado ao cumprimento de uma determinada promessa, como o uso de vestimentas.
“Há pessoas que fazem um determinado compromisso como se a força que Deus vai dar a essa pessoa dependesse do cumprimento daquele propósito, mas Deus ama a gente gratuitamente. Respeitamos quem faz esse compromisso com Deus, mas o nosso maior compromisso precisa ser amar como Jesus amou. Deus não pede promessa de ninguém, Ele nos ama e nos salva. A pessoa faz esse compromisso como uma prática que visa ao desenvolvimento espiritual, como uma maneira de permanecer comprometida, como se fosse uma rotina”, complementa o padre Amadeu Matias Bernardes, vigário-geral da Arquidiocese de Teresina.
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